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POLIGAMIA

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Leopoldo Costa

Como poligamia entende-se a união conjugal de um indivíduo com vários outros, simultaneamente. Distingue-se dois tipos de poligamia:
a. Poliginia: entre um homem e várias mulheres;
b. Poliandria:entre uma mulher e vários homens.

POLIGINIA

Do ponto de vista masculino a poliginia é preferível por diversas razões, entre as mais importantes a da colaboração das várias esposas para a riqueza do lar, a possibilidade de continuar mantendo relações sexuais, principalmente nas culturas que pregam abstinência sexual, durante os períodos de gravidez e da amamentação.

A poliginia tem sido praticada em muitas sociedades em diferentes épocas em várias partes do mundo. Continua comum nos países islâmicos e em partes da África. Nas sociedades onde é aceita, múltiplas esposas são consideradas um símbolo de status denotando riqueza, poder e fama.

No Daomé, hoje Benin, grande parcela da população praticava poliginia. Casar era muito caro pois a marido tinha que pagar dotes para a família da noiva e ainda prestar serviços gratuitos para os pais dela.

No Quênia, A poliginia é praticada entre todas as classes sociais e grupos étnicos e as mulheres residem na mesma casa e se ajudam mutuamente. Grande parte destas famílias têm numerosos membros.

47% dos casamentos no Senegal são múltiplos.

Até 2010 a poliginia era legalmente reconhecida na Tailândia e frequente em Burma.

A poliginia é comum na Uganda e entre alguns grupos etnicos da Africa Ocidental como os Kykuyu, os Masais e os Oromos.

Os Celtas antes da conversão ao Cristianismo, praticavam poliginia, embora em certas áreas pudesse ser observada uma simultaneidade entre essa prática e a monogamia.

POLIANDRIA

A poliandria é menos praticada do que a poliginia, devido ao predomínio do paternalismo no mundo. A sua prática é circunscrita às regiões próximas ao Himalaia.

Em Tibet a poliandria é ainda tradicional.

Em Sri Lanka até 2010 a poliandria era praticada com frequência.

A poliandria incluindo irmãos continua sendo comum entre os budistas do Butão e na região de Ladash e outras partes do subcontinente indiano.

NO HINDUÍSMO

No Hinduismo a poligamia era permitida e praticada. No livro Mahabharata existe um caso de poliandria, quando Draupadi casa-se com 5 irmãos de Pandava. Com relação a poliginia, no Ramayana, o pai de Ram, o rei Dasharath tinha 3 esposas, mas Ram só tinha uma.

A divindade Krishna na sua nona encarnação do deus Vishnu tinha 5 esposas e como também outros 16.100 parceiros resgatados por ele da prisão do demônio Narakasura. Mais tarde, a poligamia foi considerada proibida e imoral.

NO JUDAÍSMO

No Judaísmo o casamento múltiplo é considerado como uma alternativa no caso de fome endêmica, viuvez e infertilidade feminina. Alguns estudiosos entendem que a poliginia não era prevalente nos tempos bíblicos,pois isso exigiria muito dinheiro.

Na primitiva religião judaica a poliginia era cultural, assim como a separação. A esposa de um marido impotente ou ferido na genitália que o incapacitava para a fecundação, podia requerer a separação. O marido de uma mulher infiel ou incapaz de engravidar-se, ou por simples insatisfação, poderia repudiar a sua esposa ou concubina.

Segundo o Velho Testamento, Salomão teve 700 concubinas, sendo ele próprio filho de Betsabá com Davi, que provocou a morte de Urias, o marido dela, enviando-o à frente da batalha sem estar preparado. Prova da disseminação do costume é que no Deuteronômio existe uma norma que regula a divisão de herança entre filhos de várias mães. O Talmude aconselha o limite de 4 esposas, o que foi respeitado por Moisés.

Foi no século I d.C que os judeus (e os primitivos cristãos) foram obrigados a aceitar a monogamia imposta pelas leis de Roma, então dominando a Palestina. Os romanos criaram o patriarcado monogâmico adotado em todo Império Romano. A legislação romana da monogamia baseava-se no interesse econômicos e político-administrativos. A lei dava autoridade ao 'pater familiae' e esposa a autoridade dentro do lar,cabendo-lhes cuidar dos deuses domésticos e do fogo sagrado.

NO CRISTIANISMO

No século IV d.C o imperador Valentiano I autorizou os cristãos a terem até duas esposas. No Império de Carlos Magno era permitida a bigamia e durante a Idade Média muitos papas eram casados e tinham concubinas e Martinho Lutero escreveu que não poderia proibir um cristão de ter mais de uma esposa, pois isso não contradizia nenhuma regra bíblica.

NO ISLAMISMO

No Islamismo a poliginia é permitida com a limitação de que o homem poderia ter 4 esposas ao mesmo tempo. O profeta Maomé tinha nove esposas, mas não ao mesmo tempo. O Corão claramente estabelece que o homem que escolher este procedimento precisa receber o consentimento de todas suas esposas. Se isso não ocorrer ele  somente pode casar apenas com uma. Por outro lado a mulher só pode ter um esposo, só podendo contrair novas núpcias se divorciar.

No mundo islâmico atual a poliginia ocorre na Arábia Saudita, na África Oriental e Ocidental e no Sudão. Entre os 22 membros da Liga Árabe apenas a Tunísia proibe a poliginia. Alguns países como a Líbia e Marrocos exige-se a permissão da primeira esposa para que o marido possa ter as outras 3 esposas.

ENTRE OS MÓRMONS

A poliginia entre os Mórmons teve início quando Joseph Smith Jr. afirmou que teria recebido em 17 de julho de 1831 a revelação divina de que o casamento múltiplo poderia ser praticado por alguns mórmons, especialmente aqueles escolhidos para isso. Em 1835 no artigo 101 do livro 'Doutrina e Aliança' a poligamia foi condenada. Depois do assassinato de Joseph Smith em 27 de junho de 1844, sob a direção de Brigham Young, a prática do casamento múltiplo voltou a ser adotado. A poligamia entre os Mórmons existe principalmente no estado de Utah. Em 2005 existiam pelo menos 20.000 mórmons vivendo em lares poligâmicos.

NA ALEMANHA

Durante o domínio nazista na Alemanha houve grande esforço de Martin Borman e Heinrich Himmler para introduzir novas normas que permitissem o casamento múltiplo. Este argumento voltou a ser cogitado depois da guerra quando entre 3 a 4 milhões de mulheres tiveram que ficar solteiras pois os homens morreram nas batalhas. Para possibilitar essas mulheres de ter filhos foi efetuado um cadastro de homens disponíveis para começar um relacionamento conjugal com mais de uma mulher. A esposa original tinha seus privilégios garantidos.


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