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RIO, PARA TODOS OS GOSTOS

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José Bonifácio de Oliveira (Boni) e Ricardo Amaral
Novo guia da dupla Boni & Amaral contempla 298 locais, da culinária sofisticada ao 'pé-sujo' da esquina.

Além da paisagem exuberante e da esplêndia Baía de Guanabara, a Cidade Maravilhosa,  contempla moradores e turistas com uma ampla e farta oferta gastronômica, com receitas de primeiríssima, seja em botequins ou em restaurantes sofisticados. Ninguém melhor para sugerir este ou aquele endereço do que uma dupla famosa pelo badalo e para lá de popular quando o assunto é boa mesa: o empresário Ricardo Amaral (que ficou conhecido como o rei da noite carioca) e José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, que fez história como diretor da TV Globo. Amigos há mais de 50 anos, eles assinam juntos o guia gastronômico "O Rio é Uma Festa" (editoras Rara e Casa da Palavra, 379 páginas). O livro acaba de sair do forno, coincidentemente pouco antes de a cidade receber milhares de turístas para o carnaval.

Composta por nada menos que 298 endereços, incluindo confeitarias, sorveterias e casas de vinho, a obra bilíngue (português e inglês) traz comentários sobre a tônica dos estabelecimentos, imagens de receitas, chefs e ambientes, e é organizado de acordo com temáticas no mínimo interessantes como recomendados, 100+ do mundo, instituições cariocas, 'novidades', 'turísticos e tradições’, entre outras. "Na realidade, além dos restaurantes, o Rio tem muitos botecos de qualidade excepcional, uma tradição que vem se aprimorando”, cita Amaral, que diz conhecer pessoalmente 90% dos endereços listados.

Entre os botequins carinhosamente chamados de 'pé-sujo', impossível não citar o Adega Pérola. Localizada na Siqueira Campos, em Copacabana, a casa foi fundada em 1957 por três irmãos nascidos na Ilha da Madeira, em Portugal, com a característica de oferecer petiscos diferenciados, muitos expostos em um balcão de vidro de 7m, a exemplo do que ocorre na Espanha, em bares de tapas, porém com receitas de origem portuguesa. Hoje, sob comando de Marcelo Paulos e mais dois sócios, a Adega Pérola lista no cardápio quase 100 opções. De frios, são 55, como o polvo à vinagrete, salada de bacalhau, 'rollmops' (enrolado de sardinha marinada), lagosta cavaquinha ou pérolas do mar (vieiras, polvo, camarão e mexilhão). O alho no azeite é um senhor clássico da casa, assim como o haddock e o salmão defumados, para não falar nas linguiças de avestruz e cordeiro e do famoso chouriço, entre muitos outros. A Adega Pérola é citada em diversos outros guias de gastronomia e, para Marcelo Paulos, a introdução no livro de Boni & Amaral é um plus."Estamos muito orgulhosos e prontos para receber visitantes daqui e de fora com nossos petiscos, cervejas especiais e cachaças artesanais, muitas- delas de Minas"

ATÉ MADONNA 

Outro endereço destacado no guia é o Aprazível, restaurante da mineira Ana Castilho, sediado em uma casa no bairro Santa Tereza que chama a atenção por salões amplos rodeados de árvores e outros verdes. Fundado há mais de 20 anos (em 1997), depois do retorno dela de temporada no The French Culinary Institute - L'École, e de trabalhos na área, em Nova York, o endereço é famoso pela comida que privilegia ingrediente de raiz, e também por atrair celebridades nacionais e internacionais. Madonna, Tòm Cruise e Antonio Banderas já passaram por lá, para citar alguns.

Segundo Ana, o Aprazível fez fama pela culinária que traz receitas de família trabalhadas com técnicas francesas. "Busco influências e ingredientes de todo o Brasil, mas com tônica mais forte em Minas, fonte em que fui criada. Minha avó era uma megadoceira, meu tio teve restaurante (o já extinto Marcelão). Então, sirvo pernil confitado, pão de queijo com linguiça, farofa de abobrinha, espinafre com banana, galinhada, pastel de angu - que chamo de acarajé do Cerrado e outros pratos que comia quando criança, mas também receitas de outras plagas como cordeiro, marreco, palmito”, descreve.

Ana lembra que o Aprazível funcionará durante o carnaval, e que a tradição de receber bem é uma característica do povo das Gerais que ela faz questão de manter mesmo após os 43 anos de Rio de Janeiro. "Já classificaram a minha cozinha de franco-mineira, artesanal brasileira, de raiz. Eu digo que é uma cozinha sentimental, caseira, e carregada de ancestralidade. Agora, o conceito e a forma de receber da casa são mesmo de uma mineira, nisso não há dúvida”.

Texto de Laura Valente publicado no suplemento "Degusta" do jornal "Estado de Minas" de 8 de fevereiro de 2015. Digitalizado, adaptado e ilustrado para ser postado por Leopoldo Costa.






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