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RETRATO ECONÔMICO DO BRASIL EM 1995

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Terminal de contâineres do porto de Santos em 1995

Leopoldo Costa

Panorama Macroeconomico

A abertura da economia ao mercado internacional e a estabilidade monetária, proporcionada pelo Plano Real, marcaram a atividade econômica em 1995.

O PIB do ano foi de US$ 560 bilhões. A participação dos setores na formação do PIB, foram respectivamente, agropecuária com 13,3%, indústria com 34,4% e serviços com 52,3%.

A renda per capita anual era de US$ 3.596, havendo um crescimento de 2,8% sobre o ano anterior.

No ano de 1995 o Brasil exportou US$ 46,51 bilhões e importou US$ 49,66 bilhões gerando um deficit de US$ 3,15 bilhões.

A dívida externa era de US$ 159,2 bilhões (28% do PIB) e a dívida interna de R$ 170,3 bilhões (25,5% do PIB). O pagamento de juros sobre a dívida externa, representou US$ 21,4 milhões no ano.

Principalmente pela alta taxa de juros, o desequilíbrio  das contas públicas, gerou um deficit de 5% do PIB.

A inflação do ano de 1995 foi de 14,78% (contra 909,70% em 1994). Com isso, os mais pobres, que tinham uma participação de 0,7% da renda total em 1993, passaram a ter uma participação de 1,1%.

Bancos e Finanças

O setor financeiro que em 1994 participava com 13% do PIB, reduziu-se em 1995 sua participação para 7%.

A diminuição dos ganhos com a inflação provocou uma grave crise bancária. Houve o fechamento do Banco Econômico e a compra do Banco Nacional pelo Unibanco. Essa crise gerou um clima de desconfiança e o medo de que os correntistas comparecessem em massa nos bancos pra sacar o seu dinheiro.

Dos 50 maiores bancos brasileiros apenas o Banco do Brasil teve prejuízo (US$ 4,4 milhões). Os demais bancos tiveram um lucro de US$ 3,4 bilhões (queda de 17% sobre os resultados de 1994)

Para tentar amainar a crise, em novembro o governo federal criou o Proer (Programa de Estímulo a Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional), que emprestou ao sistema bancário, até meados de 1996, R$ 13,3 bilhões. Metade (R$ 6,7 bilhões) foi destinada ao Unibanco para a aquisição do Banco Nacional. Outras 5 instituições receberam R$ 6,6 bilhões.

Os cinco maiores bancos, classificados pelo patrimônio líquido eram: Bradesco (R$ 4,7 bilhões), Caixa Econômica Federal (R$ 3,6 bilhões), Itaú (R$ 3,5 bilhões), Brasil (R$ 3,1 bilhões) e Unibanco (R$ 1,5 bilhão).

Agricultura

Foi um dos setores mais sacrificados no ano, pela escassez de financiamento. Não havia recursos para o crédito rural e os juros elevados descapitalizava os produtores.

Existia 3,4 milhões de propriedades rurais que totalizavam 325 milhões de hectares. Menos de 1% dos proprietários rurais detinha 35% da área total. Segundo o Incra, na época, 47% das propriedades eram improdutivas.

Segundo a Conab a área cultivada para a safra 1995/1996 foi de 37 milhões de hectares (redução de 4% sobre o ano anterior) que gerou uma produção de 74,2 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas (8,5% menor do que o ano anterior).

Energia Elétrica

Foram produzidas 288.770 GW de energia elétrica. A energia produzida por usinas hidráulicas era a mais importante fonte, responsável por 44% do total produzido, a lenha por 14%, bagaço de cana por 13%, petróleo por 21% e outra fontes por 8%.

O país produziu 12.500.000 m³ de etanol.

Salário e Emprego

Em 1993 os brasileiros recebiam em média R$ 195 por mês e passaram a receber R$ 254 em 1995.

O salário mínimo era de R$ 121,62 mensais.

Os cinco maiores empregadores na época eram, a Petrobrás (46.226 empregados), a RFFSA (37.458 empregados), a Volkswagen (32.000 empregados), a Telesp (23.269 empregados) e a GM (22.200 empregados).

Panorama Empresarial

O setor industrial, afetado pela restrição ao consumo, cresceu apenas 2% em 1995. Com a abertura da economia, as multinacionais, principalmente do ramo automobilístico, iniciaram grandes projetos, atraídas pelo dinamismo do mercado. Em 1995 foram produzidos 1,3 milhão de veículos.

A revista "Exame" na sua edição especial de agosto de 1996 "Melhores e Maiores", publicou o ranking por faturamento das 500 maiores empresas em 1995. A somatória do faturamento das empresas listadas foi de US$ 262 bilhões (queda de 2% sobre o ano anterior). 230 das empresas aumentaram as vendas e 48 tiveram prejuízo.

Das 500 maiores empresas 43,6% eram privadas nacionais, 33,3% eram privadas de capital estrangeiro e 23,1% eram estatais. 53% das empresas tinham sede no estado de São Paulo, 12% no estado do Rio de Janeiro, 8% no estado do Rio Grande do Sul, 6% no estado de Minas Gerais e 21% nas demais unidades federativas. A participação das empresas sediadas no estado de São Paulo e no estado do Rio de Janeiro. Era de 63% (em 1993) do estado de São Paulo e 20% do estado do Rio de Janeiro.

O setor que mais aumentou as vendas foi o de Bebidas e Fumo, com 30%, seguido pelo setor de Papel e Celulose (+20%) e o setor de Higiene e Limpeza (+15%). A maior redução nas vendas foi do setor de Construção com 33%, seguido pelo setor de Comércio Atacadista (-13%) e pelo setor de Automóveis e Peças (-11%).

Sairam da lista das 500 maiores, empresas  importantes como a Atlantic, a Fleischman Royal, a Mendes Júnior, a União, a C & A, a New Holland, a Cutrale, a Krupp e a Ultrafértil.

As 10 maiores empresas do setor público eram respectivamente: Petrobrás (vendas de US$ 21,20 bilhões), Petrobrás Distribuidora (vendas de US$ 8,55 bilhões), Eletropaulo (vendas de US$ 4,83 bilhões), CESP (vendas de US$ 3,41 bilhões), Telesp (vendas de US$ 3,39 bilhões), Furnas ( vendas de US$ 2,98 bilhões), Vale do Rio Doce (vendas de US$ 2,73 bilhões), Cemig (vendas de US$ 2,25 bilhões), Sabesp (vendas de US$ 2,10 bilhões) e Embratel (vendas de US$ 1,93bilhões).

O complexo Petrobrás/Petrobrás Distribuidora (estatal), a maior empresa brasileira com o faturamento de US$ 29,77 bilhões em 1995, representou 97% da soma dos faturamentos individuais das cinco maiores empresas do setor privado (US$ 30,81 bilhões). O complexo teve o maior lucro do ano (US$ 809 milhões) equivalente a 3,8% do patrimônio.

Das vinte empresas com resultado negativo no ano de 1995, 16 eram empresas estatais. O maior prejuízo foi da FEPASA que perdeu US$ 1,3 bilhão. A DERSA com US$ 753 milhões foi a segunda colocada.

As 50 maiores empresas estatais reduziram suas dívidas em US$ 10 bilhões entre 1994 e 1995.

As 10 maiores empresas do setor privado eram respectivamente: Volkswagen (vendas de US$ 7,22 bilhões), GM (vendas de US$ 6,39 bilhões), Fiat Automóveis ( vendas de US$ 6,22 bilhões), Souza Cruz (vendas de US$ 5,67 bilhões), Shell (vendas de US$ 5,3 bilhões), Carrefour ( vendas de US$ 4,13 bilhões), Ipiranga (vendas de US$ 3,86 bilhões), Mercedes-Benz (vendas de US$ 3,39 bilhões), Nestlé (vendas de US$ 3,37 bilhões) e Gessy Lever (vendas de US$ 3,36 bilhões).

Nota-se que ramo automobilístico e de combustíveis, ocupava 6 posições entre as 10 maiores empresas. A Volkswagen, após a dissolução da Autolatina (Volkswagen + Ford), que durou de 1987 a 1994, voltou individualmente a ocupar a liderança. Seu antigo parceiro ocupou no ano a 16ª posição (vendas de US$ 2,8 bilhões). O lucro da Fiat Automóveis (US$ 475 milhões) foi o maior das 500 maiores empresas brasileiras. Representou um resultado superior aos faturamentos individuais de 373 (75%) das empresas listadas entre as 500 maiores.

Setor de Alimentos

As cinco maiores empresas por faturamento do setor eram a Nestlé com vendas de US$ 3,37 bilhões, seguido pela Copersucar com vendas de US$ 2,07 bilhões, Ceval com vendas de US$ 1,73 bilhão, Santista Alimentos com vendas de 1,57 bilhão e Sadia Concórdia com vendas de US$ 1,53 bilhão.

O setor teve um acréscimo nas vendas de 5,6%, uma rentabilidade sobre o patrimônio de 8% e uma margem sobre as vendas de 2,2%.

Embora na 17ª colocação do setor, a Danone se destacou no ano de 1995. O faturamento cresceu 58% sobre o ano anterior e a empresa conquistou 30% do mercado de iogurtes, roubando parte do mercado da líder de então, a marca Chambourcy da Nestlé.

Entre as cinco empresas que mais cresceram em faturamento, três eram do setor: a Santista Alimentos com 29%, A CCGL com 24% e a J. Macedo com 22%.

Setor de Automóveis e Peças

As cinco maiores empresas por faturamento do setor eram a Volkswagen com vendas de US$ 7,22 bilhões, seguido pela GM com vendas de US$ 6,39 bilhões, Fiat Automóveis com vendas de US$ 6,73 bilhões, Mercedes-Benz com vendas de 3,39 bilhões e Ford com vendas de US$ 2,81 bilhões.

O setor teve um decréscimo nas vendas de 10,8%, uma rentabilidade sobre o patrimônio de 1,6% e uma margem sobre as vendas de 0,5%.

Setor de Bebidas e Fumo

As cinco maiores empresas por faturamento do setor eram a Souza Cruz com vendas de US$ 5,67 bilhões, seguido pela Antarctica com vendas de US$ 3,26 bilhões, Brahma com vendas de US$ 3,05 bilhões, Coca Cola com vendas de 1,92 bilhão e Philip Moris com vendas de US$ 1,17 bilhão.

O setor teve um acréscimo nas vendas de 29,7%, uma rentabilidade sobre o patrimônio de 16,7% e uma margem sobre as vendas de 9,4%.

Setor de Comércio Atacadista

As cinco maiores empresas por faturamento do setor eram a Coimex (importadora de veículos do Espírito Santo, antes especializada em café) com vendas de US$ 1,74 bilhão, seguido pela Makro com vendas de US$ 1,48 bilhão, Martins com vendas de US$ 1,23 bilhão, Coamo (cooperativa agro-industrial sediada no Paraná) com vendas de 641 milhões e Glencore (commodities) com vendas de US$ 512 milhões.

O setor teve um decréscimo nas vendas de 13,2%, uma rentabilidade sobre o patrimônio de 2,6% e uma margem sobre as vendas de 0,4%.

Setor de Comércio Varejista

As cinco maiores empresas por faturamento do setor eram a Carrefour com vendas de US$ 4,13 bilhões, seguido pelo Pão de Açúcar com vendas de US$ 3,26 bilhões, Lojas Americanas com vendas de US$ 2,37 bilhões, Casas Bahia com vendas de 1,75 bilhão e Sendas  com vendas de US$ 1,48 bilhão.

O setor teve um acréscimo nas vendas de 11%, uma rentabilidade sobre o patrimônio de 9,9% e uma margem sobre as vendas de 1,7%.

O Pão de Açúcar, que em 1986 era a 5ª maior empresa brasileira, iniciou no ano de 1987 o processo de derrocada (segundo o próprio dono Abílio Diniz, "causada por baixa produtividade e ineficiência"). Ocupou a 20° nos anos de 1991 e 1992 (em 1992 chegou a ser superada até pelo Paes Mendonça da Bahia). A partir de uma completa reestruturação, com a desvinculação familiar nos negócios, fechamento de lojas deficitárias e profissionalização da administração,  a partir de 1993 (era a 16ª colocada) foi recuperando espaço, ocupando a 13ª posição em 1994 e a 11ª posição entre as 500 maiores em 1995 (vendas de US$ 3,26 bilhões).

Setor de Computação

As cinco maiores empresas por faturamento do setor eram a IBM com vendas de US$ 1,91 bilhão, seguido pela Compaq com vendas de US$ 382 milhões, Hewlett Packard (HP) com vendas de US$ 381 milhões, Unisys com vendas de 377 milhões e Personal Computer Company  com vendas de US$ 320 milhões.

O setor teve um acréscimo nas vendas de 3,7%, uma rentabilidade sobre o patrimônio de 10% e uma margem sobre as vendas de 0,7%.

Setor de Confecções

As cinco maiores empresas por faturamento do setor eram a Azaléia com vendas de US $559 milhões, seguido pela São Paulo Alpargatas com vendas de US$ 517 milhões, Hering com vendas de US$ 264 milhões, Grendene com vendas de 213 milhões e Penalty com vendas de US$ 206 milhões.

O setor teve um acréscimo nas vendas de 3,7%, uma rentabilidade sobre o patrimônio de 4,5% e uma margem sobre as vendas de 5,7%.

Setor de Construção

As cinco maiores empresas por faturamento do setor eram a Encol com vendas de US$ 1,07 bilhão, seguido pela Andrade Gutierrez com vendas de US$ 697 milhões, Norberto Odebrecht com vendas de US$ 571 milhões, Camargo Corrêa com vendas de 465 milhões e OAS com vendas de US$ 454 milhões.

O setor teve um decréscimo nas vendas de 33,1%, uma rentabilidade sobre o patrimônio de 3% e uma margem sobre as vendas de 3%.

Quatro empresas com maior capital de giro próprio eram do setor. A Andrade Gutierrez com US$ 1,9 bilhão, vindo em seguida a Camargo Corrêa com US$ 1,1 bilhão, a Norberto Odebrecht com US$ 581 milhões e a CBPO (também do grupo Odebrecht) com US$ 566 milhões.

Setor de Eletroeletrônica

As cinco maiores empresas por faturamento do setor eram a Multibrás (Brastemp e Consul) com vendas de US$ 2,0 bilhões, seguido pela Philips com vendas de US$ 1,8 bilhão, CCE com vendas de US$ 966 milhões, Itautec Philco com vendas de US$ 922 milhões e Prosdócimo com vendas de US$ 884 milhões.

O setor teve um decréscimo nas vendas de 4,6%, uma rentabilidade sobre o patrimônio de 11,7% e uma margem sobre as vendas de 2,9%.

O destaque do ano foi para a Semp-Toshiba, a 8ª colocada no ranking. Teve um lucro de US$ 155 milhões, ou seja, 41% sobre o patrimônio líquido. Fabricou 910.000 televisores, 15% do total de 6.100.000 televisores que o país produziu.

Setor de Energia Elétrica

As cinco maiores empresas por faturamento do setor eram a Eletropaulo com vendas de US$ 4,83 bilhões, seguido pela CESP com vendas de US$ 3,41 bilhões, Furnas com vendas de US$ 2,98 bilhões, Cemig com vendas de 2,25 bilhões e Light com vendas de US$ 1,91 bilhão.

O setor teve um decréscimo nas vendas de 3,9%, uma rentabilidade sobre o patrimônio de -1,6% e uma margem sobre as vendas de -5,9%.

Setor Farmacêutico

As cinco maiores empresas por faturamento do setor eram a Aché com vendas de US$ 412 milhões, seguido pela Roche com vendas de US$ 393 milhões, Bristol-Myers Squibb com vendas de US$ 365 milhões, Biogalênica com vendas de 326 milhões e Schering-Plough com vendas de US$ 279 milhões.

O setor teve um decréscimo nas vendas de 2,9%, uma rentabilidade sobre o patrimônio de 27,5% e uma margem sobre as vendas de 8,2%.

Setor de Higiene e Limpeza

As cinco maiores empresas por faturamento do setor eram a Gessy Lever com vendas de US$ 3,37 bilhões, seguido pela Avon com vendas de US$ 1,08 bilhão, Johnson & Johnson com vendas de US$ 594 milhões, Bombril com vendas de 490 milhões e Natura com vendas de US$ 475 milhões.

O setor teve um acréscimo nas vendas de 15,1%, uma rentabilidade sobre o patrimônio de 13,2% e uma margem sobre as vendas de 4,1%.

Setor de Materiais de Construção

As cinco maiores empresas por faturamento do setor eram a Santa Marina com vendas de US$ 477 milhões, seguido pela Votorantim com vendas de US$ 461 milhões, Duratex com vendas de US$ 390 milhões, Cebrace com vendas de 327 milhões e Cimento Rio Branco (do Paraná) com vendas de US$ 289 milhões.

O setor teve um decréscimo nas vendas de 7%, uma rentabilidade sobre o patrimônio de 5,3% e uma margem sobre as vendas de 5,6%.

Setor de Mecânica

As cinco maiores empresas por faturamento do setor eram a Embraco com vendas de US$ 532 milhões, seguido pela ABB (antes Asean Brown Boveri) com vendas de US$ 471 milhões, Villares com vendas de US$ 308 milhões, WEG com vendas de 304 milhões e Voith com vendas de US$ 198 milhões.

O setor teve um decréscimo nas vendas de 10,3%, uma rentabilidade sobre o patrimônio de -1,4% e uma margem sobre as vendas de -1,2%.

Setor de Mineração

As cinco maiores empresas por faturamento do setor eram a Vale do Rio Doce com vendas de US$ 2,73 bilhões, seguido pela MBR com vendas de US$ 412 milhões, Magnesita com vendas de US$ 296 milhões, Ferteco com vendas de 265 milhões e Nibrasco (do grupo Vale do Rio Doce) com vendas de US$ 254 milhões.

O setor teve um decréscimo nas vendas de 10,4%, uma rentabilidade sobre o patrimônio de 4,6% e uma margem sobre as vendas de 6,7%.

Setor de Papel e Celulose

As cinco maiores empresas por faturamento do setor eram a Klabin com vendas de US$ 956 milhões, seguido pela Aracruz Celulose com vendas de US$ 753 milhões, Susano com vendas de US$ 390 milhões, Champion com vendas de 536 milhões e Bahia Sul com vendas de US$ 454 milhões.

O setor teve um acréscimo nas vendas de 20,5%, uma rentabilidade sobre o patrimônio de 4,9% e uma margem sobre as vendas de 0,8%.

Setor de Plásticos e Borracha

As cinco maiores empresas por faturamento do setor eram a Pirelli com vendas de US$ 868 milhões, seguido pela Goodyear com vendas de US$ 859 milhões, Bridgestone/Firestone com vendas de US$ 636 milhões, Tigre com vendas de 390 milhões e Petroflex com vendas de US$ 357 milhões.

O setor teve um decréscimo nas vendas de 3,4%, uma rentabilidade sobre o patrimônio de 1,1% e uma margem sobre as vendas de 0,7%.

Setor de Química e Petroquímica

As cinco maiores empresas por faturamento do setor eram a Petrobrás com vendas de US$ 21,20 bilhões, seguido pela Copene com vendas de US$ 1,43 bilhão, Basf com vendas de US$ 1,14 bilhão, Hoechst com vendas de 874 milhões e Rhodia com vendas de US$ 834 milhões.

O setor teve um decréscimo nas vendas de 5,4%, uma rentabilidade sobre o patrimônio de 0,7% e uma margem sobre as vendas de -0,1%.

Setor de Serviços de Transporte

As cinco maiores empresas por faturamento do setor eram a Varig com vendas de US$ 3,20 bilhões, seguido pela Vasp com vendas de US$ 1,15 bilhão, RFFSA com vendas de US$ 955 milhões, Transbrasil com vendas de 895 milhões e TAM com vendas de US$ 413 milhões.

O setor teve um acréscimo nas vendas de 12,9%, uma rentabilidade sobre o patrimônio de -1,6% e uma margem sobre as vendas de 4,2%.

O endividamento de duas companhias aéreas se destacou. A Transbrasil, que devia o equivalente a 132% dos seus ativos, seguido pela Vasp com 121% dos seus ativos. Eram as empresas mais endividadas das 500 maiores empresas do Brasil.

No ano foi destaque a TAM dirigida pelo comandante Rolim Amaro. Teve um crescimento de 34% no faturamento e 34% no lucro. A tônica de empresa era saber agradar o cliente. O próprio Rolim Amaro e toda a tripulação do voo recebiam os passageiros no embarque, cumprimentando-os com um gesto e sorriso. Cobrando tarifas até 20% mais caras do que as da Varig e da Vasp conquistava cada dia mais clientes. Tinha 9% do mercado.

A Varig foi a única grande empresa aérea a apresentar prejuízo (US$ 7,1 milhões) repetindo os desastrosos resultados dos anos anteriores. A empresa, que monopolizava o transporte aéreo em outra época, não soube lidar com a concorrência e nem se adaptar a nova realidade do mercado.

Setor de Siderurgia e Metalurgia

As cinco maiores empresas por faturamento do setor eram a CSN com vendas de US$ 2,64 bilhões, seguido pela Usiminas com vendas de US$ 2,17 bilhões, Cosipa com vendas de US$ 1,50 bilhão, Alcoa com vendas de 1,32 bilhão e CST com vendas de US$ 995 milhões.

O setor teve um decréscimo nas vendas de 1,9%, uma rentabilidade sobre o patrimônio de 3,4% e uma margem sobre as vendas de 8,8%.

Setor de Telecomunicações

As cinco maiores empresas por faturamento do setor eram a Telesp com vendas de US$ 3,39 bilhões, seguido pela Embratel com vendas de US$ 1,93 bilhão, Telerj com vendas de US$ 1,22 bilhão, Telemig com vendas de 958 milhões e CRT com vendas de US$ 685 milhões.

O setor teve um acréscimo nas vendas de 15,4%, uma rentabilidade sobre o patrimônio de 4,1% e uma margem sobre as vendas de 8,3%.

Setor de Têxteis

As cinco maiores empresas por faturamento do setor eram a Alpargatas-Santista com vendas de US$ 512 milhões, seguido pela Rhodia-Ster Fipack com vendas de US$ 337 milhões, Teka com vendas de US$ 303 milhões, Vicunha com vendas de 281 milhões e Artex com vendas de US$ 215 milhões.

O setor teve um decréscimo nas vendas de 8,9%, uma rentabilidade sobre o patrimônio de 1,4% e uma margem sobre as vendas de 1,3%.

Capital Estrangeiro 

Capitais de oito nacionalidades tinham investimentos de porte no Brasil em 1995.

Os investimentos da Alemanha representado  principalmente pela Volkswagen, Mercedes-Benz, Basf, Hoechst, Bayer, Siemens e Mannesmann.

Os investimentos da França representado  principalmente pelo Carrefour, Santa Marina, Danone, Coinbra, Rhodia, Alcatel e L'Oreal.

Os investimentos dos Estados Unidos representado principalmente pela GM, Texaco, Esso, Ford, IBM, Xerox, Alcoa, Cargill, Philip Morris e Avon.

Os investimentos da Holanda (Países Baixos) representado principalmente pela Gessy Lever, Philips, Fiat Allis, Dow Elanco e Polyenka.

Os investimentos do Reino Unido representado principalmente pela Souza Cruz, Tintas Coral, Reckitt & Colman, Plascar e Glaxo Wellcome.

Os investimentos da Itália representado principalmente pela Fiat Automóveis, Parmalat, Pirelli, Bombril, Olivetti e Orniex.

A rentabilidade média  dos maiores negócios italianos no ano foi de 23%, enquanto dos maiores negócios de empresas de capital nacional foi de 4,6%.

Os investimentos do Japão representado principalmente pela Bridgestone-Firestone, Toyota, Yakult, Furukawa, Panasonic, Fujitsu e Toshiba.

Os investimentos da Suíça representado principalmente pela Nestlé, Glencore, Ciba, Roche, Sandoz e Ciminas.

Indicadores Sociais

O Brasil em 1995 tinha uma população de 155.822.440 habitantes, segundo estimativa do IBGE. A taxa de fecundidade foi de 2,52. 75,5% vivia nas cidades e 24,5% na zona rural. O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) era de 0,797. Brasília teve o melhor índice (0,858) e Alagoas teve o pior (0,500).

Tinha 38.969.714 domicílios permanentes, sendo 81% nas cidades e 19% nas zonas rurais. 72% eram domicílios próprios. 76,2% tinham água encanada, 39,5% tinham acesso a rede geral de esgoto, 91,7% tinham acesso a iluminação elétrica e 22,3% ao telefone.

Havia rádio em 88,8% dos domicílios, geladeira em 74,8% dos domicílios, televisão em 75,8% dos domicílios e máquina de lavar roupa em 26,6% dos domicílios.

Educação

O Brasil tinha cerca de 32 milhões de alunos matriculados no primeiro grau. A taxa de analfabetismo entre a população de mais de 15 anos era de 17,2%, a taxa de escolaridade entre crianças entre 7 a 14 anos era de 92%. A taxa de repetência era de 32% no ensino médio e a taxa de evasão de 5,2%.

Saúde

A saúde pública do Brasil consumia 2,6% do PIB (US$ 14,8 bilhões), ou seja, um investimento de US$ 95 per capita.

Existiam 509.662 leitos hospitalares. Haviam 207.747 médicos, representando 13,3 médicos por grupo de 10.000 habitantes.

Ocorreram 716.000 mortes. As principal causa de mortalidade no ano foi as doenças circulatórias com 231.558 óbitos (32% do total).

A taxa de mortalidade de crianças abaixo de um ano foi de 40 por 1.000 nascimentos.

Existiam 120.414 dentistas no Brasil, representando a taxa de 1 para cada 1.294 habitantes.


Panorama Político

Tomou posse no primeiro dia do ano o novo presidente Fernando Henrique Cardoso (que tinha sido ministro da Fazenda de Itamar Franco), eleito, embalado pelo sucesso do Plano Real no controle da inflação, no primeiro turno pela coligação PSDB, (na época, Partido da Social Democracia Brasileira) e PFL, (Partido da Frente Liberal), com 54,3% dos votos válidos. Lula foi o segundo colocado com 27,0% dos votos, e os outros 7 candidatos (dentre os quais nomes de políticos conhecidos como Orestes Quércia, Leonel Brizola e Espiridião Amin), tiveram 18,7% dos votos.

Com ampla maioria no Congresso Nacional, Fernando Henrique Cardoso conseguiu durante o primeiro mandato, a quebra dos monopólios estatais nas áreas de comunicação e Petróleo, com a eliminação das restrições ao capital estrangeiro.

Nos dois mandatos de 1995 a 2002, o governo de Fernando Henrique Cardoso privatizou a Companhia Vale do Rio Doce (em 1997) pelo valor de US$ 3,2 bilhões e outras 108 empresas, sendo 23 empresas do setor elétrico, 9 empresas do setor ferroviário, 12 empresas do setor químico e petroquímico, 4 empresas do setor portuário, 5 empresas do setor de gás, 39 empresas do setor de telecomunicação, 10 empresas do setor financeiro e 6 empresas de setores diversos.

O Poder Executivo contava com 24 ministérios, sendo destes, três extraordinários (Reforma do Estado, Coordenação de Assuntos Políticos e  de Esportes). O presidente da república era Fernando Henrique Cardos e o vice-presidente Marco Maciel.

O Senado Federal, composto de 81 membros (três por unidade federativa),tinha 24 senadores do PMDB, 22 senadores do PFL, 13 do PSDB, 5 senadores do PT e 17 senadores de outros 6 partidos.

A Câmara Federal, composta de 513 membros, tinha 101 deputados do PFL, 97 deputados do PMDB, 91 deputados do PPB (depois apenas PP - Partido Progressista), 84 deputados do PSDB, 50 deputados do PT e 90 deputados de outros 5 partidos.

O Poder Judiciário estava representado no âmbito federal pelo Superior Tribunal Federal (presidido por José Paulo Sepúlveda),Superior Tribunal de Justiça (presidido por Romildo Bueno) o Tribunal Superior do Trabalho (presidido por Ermes Pedro Pedrassani), o Tribunal Superior Eleitoral (presidido por Carlos Maria da Silva Veloso) e o Superior Tribunal Militar (presidido pelo almirante-de-esquadra Luiz Leal Ferreira).

Generalidades

Em 1995 a internet chegou ao Brasil e os brasileiros passaram, ainda de forma precária e cara, a participar da rede mundial de computadores.

A Microsoft lançou no mercado brasileiro, o novo sistema operacional, o Windows 95, usado até hoje por muita gente.

Faleceram em 1995 personalidades como Adolpho Block (Grupo Manchete), Agepê e Ivon Cury (cantores), Costinha e Paulo Gracindo (atores), Agnelo Rossi (cardeal da Igreja Católica), Abgar Renault (intelectual) e Ibrahim Sued (cronista).

A "Imperatriz Leopoldinense" foi a campeã do carnaval do Rio de Janeiro e a "Gaviões da Fiel", a campeã do carnaval de São Paulo.

O Botafogo do Rio de Janeiro foi o time campeão brasileiro de futebol e o Grêmio de Porto Alegre foi o campeão do torneio Libertadores da América. Numa partida do campeonato paulista, entre Palmeiras e São Paulo, a briga entre as torcidas provocou a morte de um torcedor.

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