Leopoldo Costa
O Conselho da Mesta (Honrado Concejo de la Mesta) foi criado pelo rei Afonso X, o Sábio em 1273. Congregava todos os pastores e criadores de gado ovino de Leão e de Castela. Em 2 de agosto de 1273, o rei Afonso X concedeu um privilégio à associação concedendo-lhes o título de "Honrado". Foi a primeira instituição de direito público a favor dos criadores de ovelhas.
Antes, os pastores e criadores de gado ovino já se reuniam em assembleias ou conselhos em vários locais, duas ou três vezes por ano, para tratar de assuntos relacionados com rebanhos e preços, e para separar os "mestencos" (animais sem dono) que foram misturados aos rebanhos.
A palavra "Mesta",é derivada de "mixta", mista em português.
A Mesta nasceu como uma organização democrática de pequenos agricultores e proprietários reunidos por Afonso X pela primeira vez em 1273.É entendida como uma organização dominada pelos pastores e criadores de gado ovino, até Carlos V (do Sacro Império Romano Germânico a partir de 1519, e Carlos I de Espanha a partir de 1516) "em sua ânsia de tributar", fez com que a instituição fosse controlada por grandes proprietários nobres e eclesiásticos. As reuniões do Conselho passaram a ser presididas por um ministro nomeado pelo rei.
Tornou-se uma organização muito poderosa em razão dos privilégios que os reis lhe concederam, já que a lã era um item importante nas exportações de Castela para outros países da Europa. A produção de lã deveria ser incentivada, às vezes em detrimento da agricultura. Em Extremadura houve o quase desaparecimento da agricultura, atividade anteriormente dominante naquela região. A Mesta foi acusado de ser uma das causas do desmatamento sofrido na península ibérica ao longo da história, já que o aumento do número de cabeças, necessitava cada vez de mais pastagens.
No século XIII, depois da Reconquista, a principal atividade econômica de Leão e Castela era o cultivo de grãos, de azeitonas, de uvas, de hortaliças, de frutas e do linho. No entanto, o progresso mais representativo foi alcançado no campo da pecuária, particularmente na criação de ovinos, animais que forneciam lã, uma matéria-prima fundamental para a indústria têxtil. Os ovinos característicos nas terras de Castela e Leão era o Churra, à qual, posteriormente, foi introduzido o Merino. A chegada dos cristãos ao planalto sul e, em particular, às ricas pastagens do vale do Guadiana, tornou possível a expansão da transumância. O gado passava pelas ravina (cañadas), que eram caminhos entre os campos cultivados. As ovelhas iam no inverno para as áreas quentes do sul e no verão para as áreas montanhosas do norte.
No século XIII as principais ravinas (cañadas) de Castela e Leão eram as seguintes:
1. Cañada Real de la Plata: que partia de Leão, atravessava Zamora, Salamanca, Béjar e dali se dirigía a Plasencia, Cáceres, Mérida e Badajoz, Tinha ramificações até Portugal e Andaluzia.
2. Cañada Real Leonesa Occidental: Partia da provincia de León e atingia o extremo sul da provincia de Badajoz. Atravessava Leão, Valladolid, Ávila, Toledo e Cáceres.
3. Cañada Real Leonesa Oriental: Tinha quase 700 km de extensão. Começava na região da montanha de Riaño na provincia de LLeão e acabava en Montemolín ao sul de Badajoz, atravessando parte de Palencia, Valladolid, Segovia, Ávila, Toledo e Cáceres.
4. Cañada Real Soriana Oriental: Tinha quase 800 km de extensão, saia da provincia de Soria e chegava a Sevilha.
5. Cañada Real Soriana Occidental : Partia da provincia de Soria e percorria parte de Segovia, Ávila, Salamanca e Cáceres para terminar em Valverde de Leganésdajoz. Tambem era denominada Cañada Real de la Vera de la Sierra.
6. Cañada Real Segoviana: que partia de La Rioja com duas ramificações, a primeira se dirigia a sudoeste passando por Burgos, Palencia, Segovia e Ávila, para unir-se em Béjar com a leonesa, e a segunda partia de Cameros, passava por Soria, Sigüenza, El Escorial até Talavera de la Reina, continuando por un ramal até Guadalupe, Almadén e chegava ao vale do Guadalquivir.
7. Cañada Real Manchega: começava em Cuenca nas planícies murcianas, atravesando La Mancha e a parte alta da bacia do Guadalquivir.
8. Cañada Real Conquense: Atravessava Cuenca, Ciudad Real e parte de Jaén.
Quando chegavam próximos de seus destinos, havia uma rede de caminhos menores, para repartir o rebanho pelas várias pastagens. Os rebanhos erm acompanhados por guardas armados.
O declínio da Mesta começou com a perda do monopólio mundial da produção de lã merino (lã de alta qualidade), devido ao roubo de ovinos para abate durante a invasão de Napoleão, causando a diminuição de produção de lã e a consequente perda de mercados. A população no norte da Europa e nos Estados Unidos, em razão dos invernos rigorosos dependiam da importação de lã para suas vestimentas e agasalhos. Os altos preços locais tornaram as exportações de lã menos competitivas. A crescente necessidade de dinheiro da Coroa, que começou a tirar da Mesta muitos privilégios econômicos, as guerras com Portugal,conflitos internos entre produtores e a indústria, que estava gradualmente assumindo o poder, foram causas para a decadência da Mesta. Em 1836 a Mesta foi extinta e substituída pela ‘Associacion General de Ganaderos’ que continuou com algumas das atribuições da Mesta. Os estatutos da associação foram publicados em 1854
O Conselho da Mesta (Honrado Concejo de la Mesta) foi criado pelo rei Afonso X, o Sábio em 1273. Congregava todos os pastores e criadores de gado ovino de Leão e de Castela. Em 2 de agosto de 1273, o rei Afonso X concedeu um privilégio à associação concedendo-lhes o título de "Honrado". Foi a primeira instituição de direito público a favor dos criadores de ovelhas.
Antes, os pastores e criadores de gado ovino já se reuniam em assembleias ou conselhos em vários locais, duas ou três vezes por ano, para tratar de assuntos relacionados com rebanhos e preços, e para separar os "mestencos" (animais sem dono) que foram misturados aos rebanhos.
A palavra "Mesta",é derivada de "mixta", mista em português.
A Mesta nasceu como uma organização democrática de pequenos agricultores e proprietários reunidos por Afonso X pela primeira vez em 1273.É entendida como uma organização dominada pelos pastores e criadores de gado ovino, até Carlos V (do Sacro Império Romano Germânico a partir de 1519, e Carlos I de Espanha a partir de 1516) "em sua ânsia de tributar", fez com que a instituição fosse controlada por grandes proprietários nobres e eclesiásticos. As reuniões do Conselho passaram a ser presididas por um ministro nomeado pelo rei.
Tornou-se uma organização muito poderosa em razão dos privilégios que os reis lhe concederam, já que a lã era um item importante nas exportações de Castela para outros países da Europa. A produção de lã deveria ser incentivada, às vezes em detrimento da agricultura. Em Extremadura houve o quase desaparecimento da agricultura, atividade anteriormente dominante naquela região. A Mesta foi acusado de ser uma das causas do desmatamento sofrido na península ibérica ao longo da história, já que o aumento do número de cabeças, necessitava cada vez de mais pastagens.
No século XIII, depois da Reconquista, a principal atividade econômica de Leão e Castela era o cultivo de grãos, de azeitonas, de uvas, de hortaliças, de frutas e do linho. No entanto, o progresso mais representativo foi alcançado no campo da pecuária, particularmente na criação de ovinos, animais que forneciam lã, uma matéria-prima fundamental para a indústria têxtil. Os ovinos característicos nas terras de Castela e Leão era o Churra, à qual, posteriormente, foi introduzido o Merino. A chegada dos cristãos ao planalto sul e, em particular, às ricas pastagens do vale do Guadiana, tornou possível a expansão da transumância. O gado passava pelas ravina (cañadas), que eram caminhos entre os campos cultivados. As ovelhas iam no inverno para as áreas quentes do sul e no verão para as áreas montanhosas do norte.
No século XIII as principais ravinas (cañadas) de Castela e Leão eram as seguintes:
1. Cañada Real de la Plata: que partia de Leão, atravessava Zamora, Salamanca, Béjar e dali se dirigía a Plasencia, Cáceres, Mérida e Badajoz, Tinha ramificações até Portugal e Andaluzia.
2. Cañada Real Leonesa Occidental: Partia da provincia de León e atingia o extremo sul da provincia de Badajoz. Atravessava Leão, Valladolid, Ávila, Toledo e Cáceres.
3. Cañada Real Leonesa Oriental: Tinha quase 700 km de extensão. Começava na região da montanha de Riaño na provincia de LLeão e acabava en Montemolín ao sul de Badajoz, atravessando parte de Palencia, Valladolid, Segovia, Ávila, Toledo e Cáceres.
4. Cañada Real Soriana Oriental: Tinha quase 800 km de extensão, saia da provincia de Soria e chegava a Sevilha.
5. Cañada Real Soriana Occidental : Partia da provincia de Soria e percorria parte de Segovia, Ávila, Salamanca e Cáceres para terminar em Valverde de Leganésdajoz. Tambem era denominada Cañada Real de la Vera de la Sierra.
6. Cañada Real Segoviana: que partia de La Rioja com duas ramificações, a primeira se dirigia a sudoeste passando por Burgos, Palencia, Segovia e Ávila, para unir-se em Béjar com a leonesa, e a segunda partia de Cameros, passava por Soria, Sigüenza, El Escorial até Talavera de la Reina, continuando por un ramal até Guadalupe, Almadén e chegava ao vale do Guadalquivir.
7. Cañada Real Manchega: começava em Cuenca nas planícies murcianas, atravesando La Mancha e a parte alta da bacia do Guadalquivir.
8. Cañada Real Conquense: Atravessava Cuenca, Ciudad Real e parte de Jaén.
Quando chegavam próximos de seus destinos, havia uma rede de caminhos menores, para repartir o rebanho pelas várias pastagens. Os rebanhos erm acompanhados por guardas armados.
O declínio da Mesta começou com a perda do monopólio mundial da produção de lã merino (lã de alta qualidade), devido ao roubo de ovinos para abate durante a invasão de Napoleão, causando a diminuição de produção de lã e a consequente perda de mercados. A população no norte da Europa e nos Estados Unidos, em razão dos invernos rigorosos dependiam da importação de lã para suas vestimentas e agasalhos. Os altos preços locais tornaram as exportações de lã menos competitivas. A crescente necessidade de dinheiro da Coroa, que começou a tirar da Mesta muitos privilégios econômicos, as guerras com Portugal,conflitos internos entre produtores e a indústria, que estava gradualmente assumindo o poder, foram causas para a decadência da Mesta. Em 1836 a Mesta foi extinta e substituída pela ‘Associacion General de Ganaderos’ que continuou com algumas das atribuições da Mesta. Os estatutos da associação foram publicados em 1854