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DEZ GRANDES EMPRESAS COMERCIAIS QUE DEIXARAM DE EXISTIR

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Importantes empresas comerciais, com grande destaque na mídia e considerada pelos clientes, deixaram de existir nos últimos anos. São muitas, mas destacamos aqui nesse artigo, as dez  que consideramos as mais conhecidas: Mesbla, Mappin, Sears, Eletroradiobraz, Ducal, G. Aronson, Arapuã, Buri, Hermes Macedo e Casas da Banha.



1. Mesbla 

A Mesbla S.A foi uma cadeia de lojas de departamentos brasileira que iniciou suas atividades no prédio de número 83 da rua da Assembleia , no centro do Rio de Janeiro. Foi instalada em 1912 como uma filial da firma Mestre et Blatgé, com sede em Paris e especializada no comércio de máquinas e equipamentos.

A filial brasileira tinha pouca importância dentro da organização francesa espalhada pelo mundo.

Quatro anos depois de sua instalação, a administração foi entregue ao francês Louis La Saigne, que era subgerente da filial da Mesbla em Buenos Aires. Em 1924, La Saigne transformou o estabelecimento carioca numa firma autônoma, com o nome de Sociedade Anônima Brasileira Estabelecimentos Mestre et Blatgé, que em 1939 passou a denominar-se Mesbla S.A.

La Saigne teve quatro filhas, e a mais velha casou-se com Henrique de Botton.  Louis La Saigne, o fundador da Mesbla, morreu em  18 de janeiro de 1961. Depois da sua morte foram eleitos presidente e vice-presidente dois de seus mais antigos funcionários, respectivamente, Silvano Santos Cardoso e Henrique de Botton.

Em 12 de agosto de 1962, a Mesbla celebrou o Jubileu de Ouro já como uma empresa genuinamente brasileira, com  mais de 8.000 funcionários e operando em 13 filiais. Com a morte de Silvano Santos Cardoso em 29 de fevereiro de 1968, Henrique assumiu a presidência. Depois da morte de Henrique, seu filho André assumiu a presidência. Ambos comandaram a expansão e a decadência da empresa até a década de 1980.

Na década de 1950 a empresa tinha lojas instaladas nas principais capitais do país e em importantes cidades do interior. Na década de 1980 a Mesbla tinha 180 lojas e empregava 28 mil pessoas. Suas lojas de grande porte, com áreas raramente inferiores a 3 mil metros quadrados, eram pontos de referência nas cidades onde se fazia presente.

Por quase três décadas dominou sozinha o mercado de varejo, por ser a única empresa do gênero de abrangência nacional. Orgulhavam-se seus funcionários em afirmar que a Mesbla só não vendia caixões funerários, que são para os mortos; para os vivos tinham todas as mercadorias, desde botões até automóveis, lanchas e aviões. Em 1967 tinha um patrimônio maior do que a soma das três que a seguiam no ranking: Sears, Hermes Macedo e Mappin.

No entanto, a expansão da Mesbla se fez com estratégias de mercado que logo se mostraram ultrapassadas.

Em 1981, a Mesbla passou do primeiro para o terceiro lugar entre as maiores empresas de varejo do Brasil e começou a enfrentar uma concorrência mais forte. Uma consultoria mercadológica foi contratada, e as lojas da Mesbla passaram por uma completa reformulação, com mudanças na decoração das lojas, arrumação das vitrines, uniformes dos vendedores e comunicação dos clientes. Atraiu os melhores executivos do mercado, oferecendo bons salários. 

Além das lojas de departamentos, tinha estabelecimentos para venda de móveis, automóveis, lanchas e até uma financeira. Atuou também no comércio internacional através de uma empresa subsidiária, que tinha filial em Nova York. Dentre os vários negócios milionários realizados pela Mesbla Comércio Internacional, mereceu destaque até no jornal "The New York Times" a venda de 60 mil caminhões à China, no valor de 900 milhões de dólares. Em 1986 foi escolhida pela revista "Exame", especializada em economia e negócios, como a melhor empresa do Brasil.

Apesar dessas mudanças de estratégia, alguns problemas persistiram. A Mesbla tinha quarenta diretores, o que tornava as decisões lentas. Ao final do governo Sarney, em 1989, a diretoria, acreditando que o país caminhava para uma hiperinflação, começou a estocar mercadorias em excesso e passou a depender basicamente dos recursos gerados por sua financeira.

O advento do Plano Real, com o fim da inflação alta, mostrou as fragilidades da Mesbla, e a empresa passou a enfrentar constantes prejuízos, que tentou resolver com fechamento de lojas e dispensa de empregados. Para agravar, tinha que enfrentar a concorrência de lojas de departamento e hipermercados estrangeiros, com facilidade de obter capitais no exterior a juros mais baixos.

No ano de 1994 já havia fechado várias lojas e reduzido seu quadro para 4,5 mil funcionários, sem conseguir estancar os prejuízos.

Em 1997, com dívidas superiores a um bilhão de reais, pediu concordata. No mesmo ano, o controle acionário da Mesbla foi adquirido pelo empresário Ricardo Mansur, que arrematou 51% das ações por 600 milhões de reais, a ser pagos em dez anos, além de assumir a dívida fiscal de 350 milhões de reais da concordatária. Nove meses antes havia comprado as lojas do Mappin, tradicional empresa de varejo paulista. Tinha intenção de fazer a fusão das duas empresas, torná-las rentáveis e revendê-las com lucro.

Na tentativa de salvar a Mesbla e o Mappin, Mansur colocou à frente das empresas o executivo João Paulo Amaral. Mas João Paulo logo se deu conta de que estava diante de uma daquelas missões tidas como impossíveis. A falta de dinheiro no caixa era mais grave do que se pensava, os atrasos do pagamento de fornecedores, crônicos. Em seguida, começou uma série de pedidos de falência, além de ameaças de despejo em todos os shoppings onde as lojas exibiam suas marcas.

Mansur tentou usar de seu prestígio junto a políticos e até mesmo da pressão dos funcionários da Mesbla e do Mappin, por meio de passeatas, para conseguir dinheiro do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Ao mesmo tempo, buscava algum grupo estrangeiro interessado em adquirir as lojas. Sua credibilidade, no entanto, começou a ser posta em dúvida quando passou a divulgar informações falsas para concretizar o negócio. Ao mesmo tempo, a administração de seu banco começou a ser investigada e se apuraram práticas fraudulentas, que resultaram em sua liquidação. Por conta dessas práticas, Mansur chegou a ser preso e teve seus bens bloqueados. Um novo pedido de prisão foi feito por sua ex-mulher, a quem não pagava pensão alimentícia.

Diante de tantos problemas, Mansur se desinteressou da sorte da Mesbla e do Mappin. Voou para Londres e não voltou mais ao Brasil. A falência de ambas as empresas foi decretada em julho de 1999, e a última loja da Mesbla a fechar suas portas foi a filial de Niterói, em 24 de agosto de 1999.



2. Mappin

Mappin foi uma loja de departamentos tradicional do Brasil, com sede na cidade de São Paulo. A loja original surgiu em Sheffield na Inglaterra em 1774 inaugurada pelas famílias Webb e Mappin. Chegou ao Brasil em 29 de novembro de 1913 trazida  pelos irmãos Walter e Hebert Mappin.  A primeira loja foi inaugurada na rua 15 de Novembro, nº 26, no centro de São Paulo. A unidade mais conhecida, porém, seria aberta em 1939 na praça Ramos de Azevedo em São Paulo, defronte ao Teatro Municipal.  Quando inaugurado o Mappin era um espaço bastante refinado e em sua loja era vendido somente produtos  importados, além de oferecer serviços como barbearia e salão de chá. Entre as novidades trazidas pela loja a cidade de São Paulo, estavam as vitrines de vidro na fachada. As pessoas não precisavam entrar na loja para observar os preços e os produtos à venda. Com o grande sucesso o local ficou pequeno para o movimento da loja em 1919 transferiram a loja para um local mais amplo na praça do Patriarca.

Na década de 1940, com dificuldades caudadas pela concorrênci, assumiu o controle acionário o empresário do ramo de café Alberto Alves Filho,quando  passou a ser a Casa Anglo-Brasileira S.A.

Em 1991 o Mappin comprou 5 lojas da Sears e assim passou a ter problemas com o tamanho do negócio.

Em 1995 o Mappin teve o maior prejuízo de sua história, de quase 20 milhões de reais. O prejuízo foi deixando a empresa cada vez mais em dificuldade, levando aos rumores de que a herdeira e sócia majoritária Cosette Alves estaria preparando a sua venda. Terminou vendendo em 1996 para o empresário Ricardo Mansur por 25 milhões de reais. Com Ricardo Mansur a crise aumentou.  Em 1999 chegou a ter 300 pedidos de falência e uma dívida de 1.2 bilhão de reais.  Neste ano o Mappin encerraria suas atividades, deixando para trás funcionários e uma grande clientela.

A marca pertence, desde 2010, à Marabraz, que a comprou por R$ 5 milhões.



3. Sears 

A Sears, Roebuck and Company conhecida como Sears, é uma rede de lojas de departamentos americana sediada em Chicago, no estado americano de Illinois. Foi fundada em 1886 com o nome de R.W. Sears Watch Company, quando Richard Warren Sears iniciou a venda de relógios, após comprar certa quantidade de um fabricante da cidade de Chicago. Richard era gerente da estação de trem de North Redwood, em Minnesota. No ano seguinte estabeleceu sua empresa na cidade de Chicago e contratou o montador de relógios Alvah Curtis Roebuck, como funcionário. Nesta época a empresa vendia joias e relógios através de seu catálogo, conhecido como “Consumer’s Bible”. Somente em 1893, depois que Alvah Curtis Roebuck tornou-se sócio no negócio. a empresa passou-se a chamar-se Sears, Roebuck and Co., 

Atualmente a Sears possui lojas nos Estados Unidos, Canadá, Porto Rico e México. É a quinta maior rede americana de lojas de departamento por vendas, atrás apenas do Walmart, da Target, da Best Buy e da The Home Depot.

Chegou ao Brasil em 1949. Em São Paulo a loja mais conhecida era a da praça Osvaldo Cruz (onde hoje é o Shopping Paulista). Na loja da Água Branca, também em São Paulo, foi instalado em 1952, a primeira escada rolante do Brasil. Expandiu bastante suas vendas e foram inauguradas mais de uma centena de lojas nas principais cidades brasileiras.

Na década de 1980 todo o setor de lojas de departamento entrou em crise. A reestruturação no setor varejista brasileiro levou desvantagem para as lojas de departamentos no conceito full line, isto é, aquelas que têm tudo para todos, com imensa variedade de artigos disponíveis. A concorrência advinda da expansão excessiva dos shoppings centers, tornaram difícil a manutenção de competitividade das lojas de departamentos. A Sears começou a apresentar falta de rentabilidade e os acionistas norte-americanas tomaram medidas drásticas para resolver o problema.

Em 1983 as lojas no Brasil foram vendidas ao grupo holandês SUSA (Malzoni e Vendex). Em 1993 sob a direção de Arthur Martinez, tentou-se a recuperação da empresa. Foram fechadas 113 lojas e demitidos cerca de 50.000 funcionários. O efeito não satisfez. O grupo holandês desistiu. As 11 lojas remanescentes foram vendidas no final da década de 1990 para o Mappin e para alguns shopping centers.



4. Eletroradiobraz 

Nasceu nos anos 40, no bairro do Brás, na av. Rangel Pestana, próximo da estação ferroviária e da Confeitaria Colombo no Largo da Concordia na cidade de São Paulo, por iniciativa de Ayme Taub.

Inicialmente surgiu como um ponto de consertos de rádios e outros pequenos eletrodomésticos, como ferro de passar, liquidificadores entre outros.

Com o passar do tempo Carlos Taub, filho de Ayme diversificou o negócio de seu pai dando inicio a venda de eletrodomésticos e em seguida a venda de confecções. Com esta iniciativa começou haver um crescimento comercial e estrutural.

A loja de consertos deu lugar no mesmo endereço, a um prédio de sete andares que passou a abrigar uma moderna loja de departamentos.

No inicio da década de 1970, transferiu a sua estrutura administrativa para o largo Santa Cecilia para um prédio anteriormente ocupado pelas Lojas Clipper. Foi quando abriu seu capital com as ações negociadas pela Bolsa de Valores de São Paulo, até então o seu controle acionário era dividido entre Carlos Taub (75%) e Manoel Teperman (25%).

Entrou no ramo de supermercados e chegou a ter 8 lojas. Em 1971 a Eletroradiobraz inaugurou o seu primeiro hipermercado com a denominação de “Baleia” no Bairro da Agua Branca em São Paulo, prédio anteriormente ocupado por uma fábrica desativada da Eucatex. A definição de Hiper para aquela época era que se dizia que em um único ponto de venda se podia encontrar do alfinete ao avião. O nome “Baleia” foi escolhido porque já existia o Jumbo ( antecessor do Extra) o primeiro hipermercado do Brasil que foi inaugurado em Santo André SP também em 1971 e pertencente ao Grupo Pão de Açúcar.

Até meados de 1967 a estrutura administrativa da Eletroradiobraz era familiar. Com o crescimento dos negócios a empresa foi sendo profissionalizada com a contratação de executivos que colaboraram para o crescimento da organização. Porem a crise chegou aos negócios da empresa.

Em 6 de Junho de 1976, a Eletroradiobraz, enfrentando problemas  foi vendida para o Grupo Pão de Açúcar.

Na época da aquisição a Eletroradiobraz era uma das maiores empresas do ramo varejista de São Paulo, com oito supermercados, 26 hipermercados e 16 magazines.

Os supermercados da Eletroradiobraz passaram a serem conhecidos como Pão de Açúcar, os hipermercados como Jumbo Eletro  e os magazines, simplesmente Eletro.

Em 2002 a rede muda novamente de nome e agrega a força do nome Extra, passa a operar sob a bandeira Extra Eletro com lojas especializadas em produtos eletrônicos e eletrodomésticos.

Em agosto de 2010 o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) autorizou o Grupo Pão de Açúcar a alterar a bandeira das 45 lojas Extra Eletro para as marcas Ponto Frio ou Casas Bahia terminando assim uma historia de uma marca de quase 60 anos de sucesso.



5. Ducal 

A Ducal Roupas era referência de moda masculina, que teve muito sucesso nas décadas de 1950 e 1960. Tinha lojas em três estados do país: Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.

Fazia parte de um grande grupo empresarial que possuía além das lojas, indústrias de roupas e eletrônicos (Denison), supermercados (Dado – o primeiro do gênero no Rio), varejo de utilidades domésticas (Decasa), imobiliárias (Daviga), além de serviços de banco de dados (Datamec), consultoria jurídica, crédito (Banco Delta e Decred), agência de publicidade (Denison Propaganda) e até galeria de arte (Petit Galerie).

Começou em 1950, quando José Vasconcelos de Carvalho que tinha cursado administração nos Estados Unidos e  ganhado experiência profissional nas lojas “A Exposição” - de propriedade do seu pai, Lauro de Souza Carvalho - associou-se aos primos José Cândido e José Luiz Moreira de Souza e abriu uma fábrica de roupas (Cia. Brasileira de Roupas) e a primeira loja da Ducal na Praça Tiradentes, no centro do Rio de Janeiro.

As vendas a crédito em até 24 vezes e a ousada promoção das "Duas Calças" foram as primeiras estratégias de marketing para o crescimento da Ducal. Assim, a Ducal firmou-se como uma marca popular para a classe média-baixa.

Na publicidade, a Ducal investiu em modelos e manequins desconhecidos e famosos, como Pelé que, graças à conquista do primeiro título da Copa do Mundo em 1958, começava a despontar também como garoto-propaganda. Foi o primeiro anunciante famoso da Ducal. Era notório que a marca queria usar o esporte como conceito de comunicação. Emerson Fittipaldi também fez algumas campanhas para a marca.

Mas o período próspero da marca acabou na metade dos anos 60. A inflação acabou trazendo grandes prejuízos para a Ducal por causa do seu crediário em muitas prestações em parcelas fixas e sem correção monetária. Para tentar superar a situação a Ducal veio a se unir em 1966, com a rede mineira de eletrodomésticos Bemoreira. A parceria teve sucesso até o início da década de 1970. Mas a inflação continuava prejudicando o sistema de crédito, sem falar na mudança no comportamento de compra do público. Consequentemente, a Bemoreira-Ducal entrou em decadência. À medida que o grupo saía da mídia, as lojas começavam a ser fechadas uma a uma. A última, localizada no município de Duque de Caxias, no estado do Rio de Janeiro, foi desativada em 1986.



6. G. Aronson

G. Aronson foi uma rede de varejo especializada na venda de eletrodomésticos sediada em São Paulo.

Seu fundador Girsz Aronson, nasceu em 18 de janeiro de 1917. Era um russo de origem judaica que chegou ao Brasil com 2 anos e começou aos 12 anos, vendendo bilhetes de loteria em Curitiba (PR), onde morava com a mãe --viúva-- e os irmãos. A sorte veio quando Aronson vendeu um bilhete premiado e o apostador deu-lhe parte do dinheiro.

Em 1944, uma empresa de casacos de pele do Rio de Janeiro o contratou para ser representante de vendas em São Paulo. Foi naquele ano que ele abriu a empresa G. Aronson. Chegou a vender 170 casacos em um mês e os negócios expandiram.

Na década de 60, estabeleceu a Gurilândia, uma loja especializada em artigos infantis. A rede G. Aronson começou a se expandir nos anos 70, após comprar uma loja de fogões em dificuldade financeira.

Construiu um império de lojas que chegou a contar com 38 unidades no estado de São Paulo com um faturamento de R$ 350 milhões de reais por ano.

No dia 17 de setembro de 1998, o dono da G. Aronson foi vítima de um sequestro. Passou 14 dias no cativeiro e só foi solto, à noite, na rodovia Castello Branco, sob chuva, após o pagamento de um resgate de R$ 120 mil reais. No cativeiro, chegou a quebrar o nariz e sofrer hematomas. O caso teve repercussão nacional. Este episódio alterou bastante a sua vida pessoal e empresarial.

Em junho de 1999, a G. Aronson faliu, com dívidas de R$ 65 milhões de reais. Na época, o comerciante culpou a  sua falência à explosão da inadimplência e a redução do poder de consumo da população.

Girsz Aronson descobriu que sofria de um câncer em novembro de 2007. Morreu em 19 de junho de 2008, aos 91 anos.



7. Arapuã 

Lojas Arapuã foi uma rede de lojas que teve a sua origem na cidade de Lins no interior de São Paulo em 1957. O seu fundador Jorge Wilson Simeira Jacob  herdou de seu pai a loja de tecidos Nossa Senhora Aparecida. Junto com tecidos começou a comercializar  eletrodomesticos, mais tarde deixou de comercializar tecidos ficando apenas no ramo de eletrodomésticos.

Fazia parte do Grupo Fenícia, que dentre outras empresas era dona da Etti, Simeira, Lotus, Neugebauer, GG Presentes e Prosdócimo.

A Arapuã foi uma das maiores varejistas do país durante a década de 1990, quando competia em igualdade com as Casas Bahia e o Ponto Frio. Mas, foi prejudicada pela crise financeira.

A Arapuã pediu concordata em 1998. Estimou-se que os débitos totais ultrapassem os R$ 2 bilhões. Desde a concordata, apenas R$ 250 mil foram depositados em juízo pela direção da Arapuã. Em março de 2009 a  Justiça decretou  a falência da rede.

Mudou de ramo. Hoje vende roupa barata na periferia de São Paulo. A empresa depois da concordata, de duas falências decretadas continua aberta graças a sucessivos recursos na Justiça



8. Buri

As Casas Buri  foi fundada em 1942 por Mário Bussab e Paulo Ribeiro. As duas primeiras letras do sobrenome de ambos formaram o nome da organização.

A área de atuação das Casas Buri era a cidade e o interior de São Paulo, Paraná e Centro Oeste do Brasil, onde chegou a ter quase 200 lojas nas cidades mais importantes. Comercializavam roupas de cama, banho e mesa e tecidos em geral. Mais tarde passou a comercializar  eletrodomésticos, tornando-se assim a maior concorrente das Casas Bahia.

As Casas Buri fizeram muito sucesso na década de 1970 e 1980, mas devido a concorrência e o crescimento  das  Casas Bahia, G. Aronson, Sears e Mappin, perdeu mercado e em consequencia foi  fechando algumas lojas.

Em 1992 as Casas Buri foram vendidas para a Globex Utilidades S.A proprietária do Ponto Frio, que nesta época estava em  expansão com a aquisição de empresas já estabelecidas no mercado, como 81 lojas da rede Disapel, passando com isso a liderar o ranking do setor de varejo eletroeletrônico em número de lojas.



9. Hermes Macedo 

Em 1932 Hermes Farias de Macedo criou em Curitiba a Agência Macedo, uma loja especializada na venda de autopeças usadas para caminhões. Como era difícil a oferta de peças para comercializar, Hermes e seu irmão Astrogildo anunciavam nos jornais o interesse na compra de veículos com defeito que posteriormente desmontavam e revendiam em partes. Mais tarde passaram a  importar peças novas, principalmente dos Estados Unidos.

No ano de 1936 a segunda loja foi aberta no centro de Curitiba, num ponto considerado estratégico. Ali, além de peças automotivas, foi iniciada a venda de bicicletas e eletrodomésticos que começavam a chegar ao Brasil. Em 1942 a terceira loja foi inaugurada em Ponta Grossa PR.

Em 1944 a empresa adquiriu um prédio em Curitiba, que pertencia às Indústrias Matarazzo, para instalar uma grande loja, onde aproveitaram o grande espaço para diversificar ainda mais sua linha de vendas.

Na década de 1940, foram abertas lojas nos municípios de Londrina e Maringá. Na década de 1950 decidiram expandir suas atividades para os outros estados. No ano de 1957 inauguraram em São Paulo  uma loja  de departaamentos de dez andares na avenida São João, pretendendo concorrer com o Mappin e a Sears.

Na década de 60 o processo de expansão foi acelerado com a abertura de  31 lojas nos principais municípios do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro.

O marketing era agressivo, com patrocínios e propaganda nas emissoras de TV e rádio, como também anúncios de página inteira nos principais jornais.

Na década de 1980 a Hermes Macedo comemorou seu cinquentenário contando com 180 lojas. Nesta década passou a liderar o varejo brasileiro, deixando para trás concorrentes como Casas Pernambucanas, Mesbla e Lojas Americanas.

Em 1988, em um ambicioso projeto, foi inaugurada a Loja Garcez, num antigo e suntuoso edifício no centro de Curitiba, a segunda rede do grupo, direcionada ao público das classes de maior renda.

No inicio da década de 1990, uma série de fatores interferiu nos negócios do grupo. Havia uma grande crise, o Plano Collor derrubou as vendas, além disso, a morte da esposa de Hermes Farias de Macedo acirrou disputas familiares e colocou a empresa de 285 lojas em declínio.

Somando-se à isso, concorrentes como C&A, Casas Bahia e Riachuelo ajudaram a complicar a situação financeira, que culminou em 1995,  num pedido de concordata. Nesse mesmo ano, já com seu fundador falecido, um acordo foi alinhavado com as Lojas Colombo, no qual a Hermes Macedo cedia seu estoque de mercadorias, permitindo que utilizasse as suas instalações e o corpo de funcionários, em troca de comissão. No entanto essas atitudes não surtiram efeitos e em 1997 foi decretada sua falência, encerrando-se ali uma história de 65 anos.



10. Casas da Banha

Foi uma rede de supermercados fundada em 1955 pela família Veloso, cuja sede ficava na cidade do Rio de Janeiro.

Na sua melhor época, em meados da década de 1980, contava com 230 lojas no país, onde trabalhavam 18 mil empregados. O seu faturamento anual ultrapassava US$ 700 milhões. Entre suas filiais destacava-se o hipermercado Porcão no Rio de Janeiro, que tinha como ponto de referência uma torre com um relógio de 4 faces.

As Casas da Banha começaram a enfrentar problemas de caixa em 1986, com o congelamento de preços determinado pelo Plano Cruzado I, que durou oito meses e obrigou a empresa a manter preços de vários produtos que estavam em promoção. O confisco estabelecido pelo Plano Collor complicou de vez a saúde financeira da empresa. As lojas de todo o país foram a partir de 1992, sendo rapidamente fechadas, após demissão de 3.500 funcionários. A empresa foi declarada falida em 1999.

As Casas da Banha patrocinavam o programa "Cassino do Chacrinha", onde o velho guerreiro jogava para o público alimentos, como bacalhau .

A churrascaria Porcão, segundo algumas fontes, teria seu nome devido a um letreiro das Casas da Banha com uma grande figura de um porco em sua fachada, que ficava ao lado da então Churrascaria Riograndense.

(Texto de Leopoldo Costa)


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